Atualmente o Brasil registra cinco casos confirmados de raiva huamana em 2022, sendo (4) em Minas Gerais e (1) no Distrito Federal. Todos os casos de Minas Gerais tratam-se de crianças, entre 4 e 12 anos de idade, de uma comunidade indígena, da etnia Maxakali, com relatos de agressão ou contato com morcegos. Já o caso do Distrito Federal trata-se de um jovem de 18 anos, com histórico de acidente com gato filhote doméstico. Dos cinco casos, três possuem sequenciamento genético AgV3, proveniente de morcego.
No Rio Grande do Norte, o último caso documentado de raiva humana foi datado em 2010, com ocorrência no município de Frutuoso Gomes, localizado no Oeste potiguar, sendo o morcego o animal transmissor envolvido.
Quanto aos casos de raiva animal, até julho de 2022, 25 animais positivaram, dentre eles um cão, três bovinos, um equino, uma raposa e 19 morcegos. Os municípios envolvidos foram: Mossoró, Natal, Santo Antônio, Lajes Pintadas, Caicó, Jucurutu e Parnamirim. Dos 19 morcegos positivos, 15 foram do município de Natal, 2 do município de Santo Antônio, 1 do município de Caicó e 1 do município de Parnamirim.
Exposição ao Vírus e vacinação
Em situações de exposição ao vírus, ocorrida pela mordedura, lambedura de mucosas ou arranhadura provocada por animais potencialmente transmissores da raiva, o ferimento deve ser lavado com água corrente e sabão e o quanto antes procurar assistência em UPA para avaliação médica. Se necessário, o paciente será encaminhado para uma das unidades de referência do Estado. O profissional de saúde irá definir a profilaxia mais adequada para cada caso, que pode incluir a observação de cães e gatos domiciliados por 10 dias e/ou aplicação de vacinas e/ou de soro antirrábico.
A vacinação não tem contraindicação, devendo ser iniciada o mais breve possível. Deve-se garantir o completo esquema de vacinação preconizado para uma efetiva proteção. As vacinas humana e animal são gratuitas. A profilaxia humana contra a raiva deve ser iniciada, quando indicada, o mais precocemente possível.
Os imunobiológicos para prevenção da raiva são fornecidos pelo Ministério da Saúde e nos dois últimos meses os quantitativos enviados para os estados foram inferiores ao necessário, devido uma limitação na produção farmacêutica. Assim, alertamos para que a população evite situações de risco, especialmente envolvendo animais silvestres (saguis, raposas, morcegos, dentre outros) e cães e gatos desconhecidos (de rua), como fazer carinho, alimentar ou aproximar-se de animais com filhotes.
Unidades de Referência para prevenção da raiva humana são:
Natal: Hospital Giselda Trigueiro - HGT (adulto) e Hospital Maria Alice Fernandes- HMAF (infantil até 14 anos)
Mossoró: Hospital Regional Dr. Tarcísio Maia
Caicó: Hospital Regional do Seridó Telecila Freitas Fontes
Pau dos Ferros: Hospital Cleodon Carlos de Andrade
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