O Rio Grande do Norte alcançou a marca de 300 Megawatts (MW) de potência instalada de energia solar, uma evolução de 53% em menos de um ano, que também representou uma série de benefícios socioeconômicos e ambientais. A análise foi divulgada pelo Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER).
A partir de dados publicados pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), apontando os 300 MW como “um novo marco” do setor a ser comemorado no estado, e de informações da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Instituto avaliou o que chama de “crescimento exponencial” da geração distribuída, a modalidade que engloba sistemas de geração de energia para residências e outros estabelecimentos de micro, pequeno e médio portes.
“Essa é uma nova atividade no estado, uma nova cadeia que surgiu e vem crescendo nos últimos sete anos, com mão de obra local, extremamente pulverizada em todos os municípios e gerando empregos de forma generalizada”, diz o diretor do SENAI do Rio Grande do Norte, do ISI-ER e do Centro de Tecnologias de Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER), do Senai, Rodrigo Mello.
“É um segmento que engloba micro e pequenas empresas locais e que tem uma capilaridade enorme, como vista em poucas atividades hoje”, acrescenta.
Economia
A contribuição da fonte solar para ampliação da matriz energética é apontada como outra vantagem nesse contexto de crescimento, com impactos diretos para o meio ambiente e o bolso do consumidor. É que mais energia eólica e solar na matriz implica em menos uso de termelétricas, que utilizam fontes de origem fóssil – mais caras e poluentes.
A geração própria de energia solar também ajuda a evitar o racionamento e a afastar a bandeira vermelha da conta de luz – que significa tarifas mais altas – quando os reservatórios das hidrelétricas estão em níveis críticos.
“O crescimento da geração própria de energia solar pode fazer a conta de luz de todos os brasileiros ficar mais barata, mesmo as de quem não tem um sistema solar próprio instalado na sua residência”, ressalta a Absolar, com base em estudo que encomendou à consultoria Volt Robotics.
A pesquisadora líder do Laboratório de Energia Solar do ISI-ER, Samira Azevedo, avalia que a evolução da geração distribuída é uma “notícia animadora”. “Ver esse crescimento mostra como a energia solar tem se tornado um bem acessível e como a conscientização para uso da fonte tem sido benéfica”, diz ela.
“Em 2015 nós chegamos ao nosso primeiro 1 MW e foi um sucesso na época. Em 2021 marcamos 196 MW e em 2022 o ano nem terminou e já chegamos a 300 MW”, acrescenta.
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