Em 2021, o número de potiguares que trabalharam menos do que gostariam foi de 701 mil. Isso inclui as pessoas que procuraram emprego e não conseguiram, aquelas que não puderam trabalhar embora estivessem disponíveis e também as pessoas que, embora ocupadas, trabalharam menos horas do que desejavam. Esse número representa um quarto da população do estado em idade ativa para o trabalho. As informações são da Síntese de Indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE no início de dezembro, que trouxe indicadores sobre trabalho e renda na sociedade brasileira.
Além da subutilização, os dados divulgados mostram que, desde 2013, há um aumento da população desocupada no Rio Grande do Norte. A taxa, que atingiu 15,6% no ano passado, representa a proporção de pessoas que procuraram emprego e estavam disponíveis para trabalhar, mas não conseguiram trabalho. Isso acompanha a tendência nacional, que apresenta um crescimento da desocupação desde 2015, com significativo acréscimo em 2020, e sem sinais de recuperação em 2021. No total, menos da metade da população potiguar em idade ativa para o trabalho (14 anos ou mais) estava ocupada em 2021.
O rendimento médio do trabalhador potiguar é maior do que a média da região. Enquanto a remuneração mensal no estado é de, em média, 2.162 reais, o rendimento do trabalho no Nordeste é de cerca de 1.700 reais. Entretanto, a divisão por raça mostra que os trabalhadores negros do estado, embora representem 60% da força de trabalho, recebem mensalmente 30% menos que os trabalhadores brancos. Isso aponta para o fato de que a população negra tende a ocupar postos de trabalho de menor remuneração e a ser mais afetada pela informalidade. Essa disparidade se mantém quando se observa o rendimento por hora do trabalho, qualquer que seja o nível de instrução.
A Síntese de indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE, tem como objetivo traçar um perfil das condições de vida da população brasileira, procurando ressaltar os níveis de bem-estar das pessoas, famílias e grupos populacionais, tendo como eixo a perspectiva das desigualdades entre os grupos sociais. Ela utiliza dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua e do Sistema de Contas Nacionais, publicados pelo IBGE.
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