Para lidar com alta demanda durante pandemia, sistema funerário precisou se adaptar
A pandemia da Covid-19 trouxe inúmeras mudanças e desafios para diversos setores da economia e, sem dúvida, o setor funerário foi um dos mais impactados. Com o fim da emergência mundial anunciado no início deste mês pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e ultrapassando a triste marca de mais de 700 mil vítimas fatais da doença no Brasil, é possível ter dimensão de como a pandemia mudou o setor funerário.
Há três anos, quando a crise começou, as empresas de serviços essenciais, como o cemitério, crematório e funerária Morada da Paz, tiveram que lidar com desafios nunca vistos antes para poder atender às exigências das autoridades de saúde e também às necessidades das famílias que perderam pessoas queridas por causa da doença.
De acordo com a gerente de cuidado ao cliente do Morada da Paz, Mariana Cedraz, foi necessário realizar mudanças e ajustes nos processos e formas de trabalho para garantir a segurança, não apenas dos clientes, mas também dos colaboradores que, mais do que nunca, precisavam continuar a exercer suas funções.
“Naquele momento inicial, era uma doença agressiva e cheia de incertezas. Quando passavam por uma perda, as pessoas chegavam mais fragilizadas que o comum. Muitas já estavam privadas da companhia de seus entes queridos, por conta do isolamento social, e ainda tinham que lidar com a impossibilidade de realizar os rituais de despedida, tornando tudo ainda mais doloroso”, explica Mariana.
As iniciativas para lidar com a alta demanda e com pessoas em um estado psicológico tão delicado foram muitas: gerenciamento de insumos e produtos, implementação de políticas de higienização e proteção individual, treinamentos e atualizações das recomendações governamentais, regras que limitavam e orientavam como deveria ser a visitação nas unidades, além da promoção interna de lives e webinares sobre temas como luto.
O Serviço da Psicologia do Luto, que já era disponível de forma contínua aos colaboradores desde antes da pandemia, foi reforçado e ampliado para dar suporte às equipes. “Ter que sair de casa quando o mundo estava em quarentena e ver a quantidade de pessoas chorando nos doía muito o coração, mas saber que éramos essenciais nesse momento nos dava força, assim como ter a opção de contar com o apoio da psicóloga do luto em momentos de maior sensibilidade”, conta Mariana.
Nesse contexto pandêmico, além do suporte humano, a tecnologia também foi um fator chave para adaptar o momento de despedida em um momento atípico. A Funerária Digital, por exemplo, foi desenvolvida para dar suporte 24 horas a distância, facilitando os preparativos da despedida, e lançada pouco tempo depois do início do isolamento social em 2020.
Outra ação foi a implementação da transmissão de velórios em 360º, uma melhoria do velório virtual, iniciativa pioneira no Brasil e que desde 2001 era oferecida pela empresa. Além de iniciativas como a plataforma de memoriais online para homenagens de entes falecidos, Morada da Memória, e a plataforma de conteúdos sobre luto desenvolvida por psicólogos especialistas na área, Morada do Cuidado.
“O distanciamento social me fez perceber que é possível gerir pessoas a distância com qualidade e excelência, que se tornar presente não significa estar ao lado e que além de profissional, um gestor de pessoas tem que ser empático para a vida profissional dos colaboradores”, finaliza Mariana Cedraz.
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