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Opinião

01/11/2022

Não vai ter trégua

Bolsonaro avisa: não tem trégua no Brasil, enquanto ele permanecer na Presidência.

Não, o inquilino do Planalto ainda não deu nenhuma declaração pública desde domingo (30), quando a apuração das urnas sacramentou o resultado da eleição.

O aviso dele vem por meio de gestos. Gesto que ainda é silencioso na essência, mas que não poderia ser mais eloquente para o país.

Além de não emitir nenhuma palavra aos brasileiros sobre a votação que estabeleceu a vitória de Lula e, também, um apoio eleitoral expressivo que lhe deu mais de 58 milhões de votos, Jair Bolsonaro se cala diante de manifestações que tentam tumultuar o cotidiano do país. 

Não é a primeira mobilização do gênero, como bem sabem os brasileiros que todos os dias saem de casa com o intuito primordial de conduzir suas vidas e buscar o pão para as mesas de suas famílias. Mas, assim como aconteceu com outros tipos de “protestos”, este protagonizado por grupos radicais de caminhoneiros e congêneres não deverá ir longe. 

Não porque seus mentores não queiram, claro. É que não há ambiente para esses impulsos golpistas prosperarem. Se houvesse, o golpe já teria sido dado.

E aqui está a melhor notícia de todas: o Brasil dá mais mostras de amadurecimento. Passou por esses espasmos nos últimos anos e se mantém firme, com suas instituições resistindo a todas as tentativas de viradas de mesa em seu sistema democrático. 

O silêncio do presidente, mais que estarrecer o Brasil de bom senso e o resto do mundo, depõe contra ele próprio. É também inútil. Não vai mudar a realidade, por mais negativa que seja para Bolsonaro e seu entorno.

É pena que muitos de seus seguidores se recusem a enxergar até isto. Vão na contramão, inclusive, de outros tantos bolsonaristas juramentados e insuspeitos, como Silas Malafaia, Carla Zambelli e Damares Alves, que já reconheceram de público a derrota nas urnas.

O recado de Bolsonaro, no entanto, é claríssimo: a turbulência vai continuar nos dois meses que restam de mandato para ele.

Resiste, Brasil. E, em breve, vira mais essa página infeliz da nossa história.

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