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Opinião

20/06/2023

Infectologista explica sintomas da Febre Maculosa e como lidar com a doença

Casos recentes, com incidências de óbitos, despertaram maior cuidado da população.

 

Recentemente, com alguns casos de pessoas infectadas com a Febre Maculosa, doença originada da picada do carrapato do gênero Amblioma, muitas pessoas passaram a se preocupar mais com a doença. De acordo com o médico infectologista Igor Thiago Queiroz, o Nordeste não é uma área endêmica, mas alguns cuidados devem ser tomados por quem circula com frequência nas áreas atingidas, como o Sudeste do Brasil.

 

Igor Queiroz, que também é professor do curso de Medicina da Universidade Potiguar (UnP), explica que essa doença é causada por uma bactéria chamada Rickettsia rickettsi e sua transmissão se dá a partir do momento que um indivíduo é picado pelo carrapato.

 

“Normalmente, animais de grande porte como cavalos e antas carregam a bactéria. O carrapato morde o animal e suga seu sangue infectado. Em seguida, ao morder o ser humano, ele transfere a bactéria, ocasionando a infecção. Felizmente, o Nordeste, e sobretudo o Rio Grande do Norte, não são áreas consideradas endêmicas para a Febre Maculosa”, detalha o docente.

 

Muito mais comuns nas regiões interioranas do Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, os casos possuem sintomas parecidos com uma arbovirose, como Dengue e Zika, com febre, manchas na pele, náuseas e vômitos, dor de cabeça e até sangramento, sendo este último sintoma um alerta para procurar ajuda médica imediata.

 

Culturalmente, em virtude de os homens serem os principais responsáveis pelo trabalho no campo, ao cuidar de animais de grande porte, eles são os que correm mais riscos de infecção pela doença. “Pessoas com alguma comorbidade, idosos e gestantes precisam redobrar os cuidados para que não sejam infectadas”, alerta o infectologista.

 

Em casos suspeitos é muito importante buscar ajuda médica, mas também é necessário observar algumas situações. “Nem todo carrapato transmite a doença e os que transmitem precisam estar em contato com a pele humana, sugando o sangue e regurgitando-o de volta para a área ferida, por uma média de duas horas, o que vai ativar a bactéria”, explica Igor Queiroz.

 

O professor da UnP reforça a importância do diagnóstico para evitar a letalidade da doença e explica que o exame sorológico deve ser repetido para confirmar a incidência ou não da Febre Maculosa.

 

“O tratamento adequado se dá com acompanhamento médico, que vai receitar um cronograma de uso de antibióticos para o paciente. Em casos de tratamento e diagnósticos feitos de forma precoce e qualificada, as chances de complicações da doença diminuem”, aponta o professor de Medicina da UnP. O curso faz parte da Inspirali, um dos principais players de educação na área médica do país. 

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