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Michel Temer afirmou que a ex-presidente é "honestíssima" e negou ter participado de um golpe para retirá-la do cargo. Dilma Rousseff discorda.

Política

22/07/2022

Em resposta a Temer, Dilma chama ex-vice de golpista e traidor

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) chamou hoje o ex-presidente Michel Temer (MDB) de “golpista” e afirmou que “a história não perdoa a prática da traição” ao responder às declarações dadas pelo seu ex-vice sobre sua gestão.

Temer, que assumiu a Presidência após a petista sofrer impeachment em 2016, disse ontem (21), em entrevista ao portal UOL, que a ex-presidente é "honestíssima" e negou ter participado de um "golpe" para retirá-la do cargo. Para ele, o que houve foi o “cumprimento da Constituição Federal”.

O emedebista atribuiu a saída de Dilma a dificuldades no "relacionamento com o Congresso". Em resposta, a ex-presidente afirmou em nota publicada nas redes sociais: "eu agradeceria que o senhor Michel Temer não mais buscasse limpar sua inconteste condição de golpista utilizando minha inconteste honestidade pessoal e política", escreveu Dilma.

Confira na íntegra a nota da ex-presidente Dilma Roussef:

Eu agradeceria que o senhor Michel Temer não mais buscasse limpar sua inconteste condição de golpista utilizando minha inconteste honestidade pessoal e política. É justamente essa qualidade que despreza, rejeita e repudia uma avaliação que parte de alguém que articulou uma das maiores traições políticas dos tempos recentes.
É de todo inócuo afirmar que não houve um golpe, pois este personagem se ofereceu como vice-presidente por duas vezes. E, assim, sabia por duas vezes qual era o programa político das chapas vitoriosas que foram eleitas em 2010 e 2014.

As provas materiais da traição política estão expressas na PEC do Teto de Gastos, na chamada reforma trabalhista e na aprovação do PPI para as quais não tinha mandato. Nenhum desses projetos estavam em nossos compromissos eleitorais, pelo contrário, eram com eles contraditórios. Trata-se, assim, de traição ao voto popular que o elegeu por duas vezes.

Lembro ainda que a “dificuldade de diálogo com o Congresso” não é razão legal e constitucional para impeachment em um regime presidencialista, como ele bem sabe.
Tal “dificuldade” era uma integral rejeição às práticas do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, criador do Centrão, que queria implantar com o meu beneplácito o “orçamento secreto”, realizado, hoje, sob os auspícios de um dos seus mais próximos auxiliares na Câmara Federal.
Finalmente, relembro que a História não perdoa a prática da traição. O senhor Michel Temer não engana mais ninguém. O que se conhece dele é mais que suficiente para evitá-lo, razão pela qual não pretendo mais debater com este senhor.

Dilma Rousseff.

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