Na véspera do fim do período das convenções partidárias, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu formar o maior bloco partidário na disputa presidencial. Além do PT, Lula tem agora apoio de sete siglas. O presidente Jair Bolsonaro é candidato à reeleição em uma coligação com seu partido, o PL, e mais duas legendas. A representatividade de partidos em uma aliança é importante porque se traduz em maior tempo de propaganda no rádio e na TV e mais fundo eleitoral à disposição do candidato. Também costuma assegurar capilaridade da busca por votos nos Estados.
A candidatura petista terá o apoio de PSB, Solidariedade, PSOL, Rede, Avante, PCdoB e PV. Juntas, as legendas elegeram 130 deputados, 12 senadores e oito governadores em 2018. A bancada na Câmara é o principal critério para a divisão do tempo de propaganda eleitoral na rádio e na TV, o que significa que Lula terá mais exposição midiática que seus concorrentes.
Ontem (4), o deputado André Janones (Avante-MG) abriu mão de sua candidatura para apoiar Lula. O anúncio ocorreu após reunião entre Janones e o petista em São Paulo. Para receber o apoio, Lula prometeu um novo Bolsa Família no valor de R$ 600, caso seja eleito em outubro - uma pauta defendida por Janones.
Além de acrescentar tempo de TV, Janones é um cabo eleitoral eficiente nas redes sociais. Não à toa, antes mesmo de chamar jornalistas para anunciar sua desistência, o deputado mineiro fez uma live no Facebook para anunciar a adesão ao petista. Lula também pode ter o apoio de um nono partido, o PROS, mas um acordo depende do desfecho de uma disputa judicial que envolve duas alas da legenda que travam uma queda de braço pelo comando partidário.
'Curva'
Bolsonaro conseguiu atrair para sua chapa a adesão do Progressistas e do Republicanos. Em 2018, o PL e as outras duas legendas elegeram 101 deputados, sete senadores e um governador. "A curva é favorável já há algum tempo. Assim que começar a campanha as coisas vão entrar em seu devido lugar", afirmou o líder do PL na Câmara, deputado Altineu Côrtes (RJ).
O prazo para as convenções partidárias termina nesta sexta, 5. Ontem, o Podemos decidiu que vai apoiar a candidata do MDB à Presidência, Simone Tebet (mais informações nesta página). A aliança já conta com PSDB e Cidadania, que indicaram a senadora tucana Mara Gabrilli (SP) para ser candidata a vice. O MDB, o Podemos, o PSDB e o Cidadania elegeram 82 deputados, seis governadores e 11 senadores há quatro anos. Inicialmente, o Podemos pretendia lançar o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro como candidato a presidente, mas ele trocou o partido pelo União Brasil e hoje é candidato ao Senado pelo Paraná.
Fonte: Estadão Conteúdo
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